Peço desculpa a todos vós, mas pretendo associar a minha voz, aos que publicamente já denunciaram este assunto. Isto por uma questão de defesa intransigente do direito pelo interesse público; por uma questão de respeito pela vontade manifestada há quarenta anos, em atitude que classifico de mecenato, e posteriormente confirmada por despacho publicado em Diário do Governo, II Série de 27 de Janeiro de 1967, in pag.s 815:
Nos termos do § único do artigo 1.º do Decreto Lei n.º 28468, de 15 de Fevereiro de 1938, é classificado de interesse público um sobreiro (Quercus suber), situado na Quinta da Portela, no lugar do Calvário, freguesia de Recarei, concelho de Paredes, pertencente a Luís Mendes Rodrigues.
Direcção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas, 20 de Janeiro de 1967. - O Engenheiro Silvicultor Director-Geral, José Alves
Já era previsível que a apetência urbana desse no deprimente espectáculo a que assistimos e vamos continuar a assistir. Mais à frente a isso me referirei. No entanto, sempre foi minha convicção que a digníssima Câmara, por intermédio do serviço competente, pusesse um ponto final no assunto e fizesse cumprir a Lei. Aquela mesma que no plano pormenor de Cête/Parada manda aplicar para igual espécie lá existente, ele também classificado. Aliás, não entendo como foi possível chegar a este estado. Fazendo a Câmara a apologia da classificação no seu sítio e localizando-o em mapa digital, não era caso para se ter mais cuidado?
Até porque:
Depois dos incêndios que devastaram parte importante da Rede Natura do Sul do Concelho, e após as declarações prestadas por uma Exma.Snra. Vereadora e pelo Exmo.Snr. Presidente à televisão de interesse público, RTP1, chorando tão importante perda, adquiri que após esta calamidade, partes tão importantes do património teriam, finalmente, o tratamento merecedor. Confesso que ao assistir a estas entrevistas, me associei à revolta dos autarcas e partilhei a sua dor. Só que, após o tórrido calor e ventos agonizantes desses dias, sobrou a desilusão. Compreendi que lágrimas políticas não apagam fogos, mesmo tendo parecenças crocodilescas.
Mas eis que surge nova esperança. Estala a polémica da localização de revolucionário investimento estrangeiro, messias da moribunda indústria de mobiliário e da lázara economia nacional. O paredense edil alerta para as violações ambientais e patrimoniais que a localização no concelho vizinho trará. Ouvi-o dizer nos média "... que os sobreiros eram uma espécie protegida ...". Sim senhor é verdade. Grande autarca! Por isso mesmo, um investimento bancário na zona oeste do país foi suspenso, e alguns governantes chamados ao mocho da justiça.
A cobiçada localização passou então para o mofo das tapeçarias de acelerado gabinete ministerial, transitando depois para acesa discussão na Assembleia da República, em público debate mensal. Na falta de melhor discurso e ansioso fazer um bonito, o desbocado Ministro Português da Economia Chinesa, presta-se a revelar ao parlamento que os edis litigantes não tinham o seu líder em muito boa conta. Que nanismo ético, que falta de lealdade ... Ocorre-me perguntar qual seria a opinião do Schumacher das Deslocalizações e dos Negócios Orientais sobre este assunto? Ou o que diria o homólogo pacense? E o líder?
Na falta de melhor moral, fiquei a saber que os sobreiros são espécie protegida em Paços de Ferreira. Já não é mau ...
Não sei se esta é a política para o património natural e florestal da digníssima edilidade - actual e anteriores executivos. Estou em crer que sim. Um exemplo sopra no Parque José Guilherme. Neste espaço, com pretextos vários - embelezamento, requalificação, abolição da sueca, irradicação do coito remunerado, fim do comércio e consumo de substâncias ilegais, etc - já se gastaram centenas de milhares de euros nos últimos trinta anos. O resultado é visível. As vítimas são as mal amadas árvores. A sua sã velhice não comoveu a incompetência dos habilidosos da serra e da tesoura - tantas foram a feridas que tiveram que ser abatidas. Enfim, episódios tristes a fazer lembrar a gasta história da pulga e do cientista. O dinheiro gasto nas dúvidas de não se saber o que se quer, provavelmente seria o bastante para a execução de um eficiente plano director de ordenamento florestal do concelho. Teríamos já obtido dois ganhos substantivos - o parque continuaria belo, o arboricídio incendiário não teria o negro sucesso. Outro exemplo, foram as comemorações oficiais do Dia Mundial da Floresta aqui de Recarei. A normalidade seria ver miúdos e graúdos em actividades alusivas ao dia - plantio de árvores, visita ao parque da cidade, palestras sobre meio ambiente, etc. A educação cívica nestas matérias perdeu um dia, o seu dia, de aplicação prática. Substitui-se a rotina por um concurso de doçaria. Admirável!
As gravuras, avessas à apneia, não sabiam nadar. O Sobreiro Secular não sabe andar. Se o soubesse, teria fugido aos ataques aéreos motorizados e à invasão da infantaria mecanizada que os capacetes azuis da Câmara não souberam, ou não quiseram prevenir. Como tal, o resultado está à vista. Miseravelmente decepado e despojado de soberbo orgulho de centenários anos, o venerável ancião é agora dono de singular artefacto ortopédico. Envergonho-me quando vejo as ortofotos do SNIG de 1995. Envergonho-me quando nas minhas recordações olho fotografias de quarenta anos.
Referi da previsibilidade do desfecho deste assunto. Não seria para mais. Quando esperava ouvir daquele que foi eleito para defender a freguesia, a intenção de interpor a respectiva providência para o acautelamento do interesse público, espantosamente, ouço-o dizer que: "... apostava que aquele local ia ser urbanizado ...". Tenho pena que o dono deste oráculo, não utilize este dom premonitório na habilitação a lauto Euromilhões, a favor das insuficiências da freguesia. Onde terá adquirido esta profeta capacidade? Ah Pitonisa! Nas emanações cloro-fecais da Ribeira da Agra de Várzea? Nos rápidos cloacais do Outeiro? Nas lavas excrementais de Valvide?
Típico comportamento taliban. O nosso eleito confunde este património com a silhueta de um Buda afegão. O seu passado assume ligações a um poder não desejável - o concelho e freguesia anteriores, ou quicá militância na União Nacional, exigindo-se como purificação a sua eliminação. Alah hu arkba, caciz presidente!
Tenho pena, e sinto muito, que Vosselência não adopte igual critério na ocupação do espaço público, à revelia da Constituição e da Lei de Liberdade Religiosa, com a construção de alminhas e outros nichos similares. Os eleitos obstinam na hipócrita prática política do cravo e da ferradura - impõem a laicidade nas salas de aula, mandando retirar crucifixos; autorizam a construção na via pública de aras paganizadoras do culto.
Como não aceito que Vosselência, ou a Exma. Câmara digam que este exemplar arbóreo está em propriedade privada, com a intenção de desmoronar quaisquer intervenções. Conversas destas, são conversas de treta. Lembro-lhes que as Cruzes do Calvário são propriedade da Fábrica da Igreja e isso não foi obstáculo para a reabilitação daquele espaço. A conquista dos sufrágios não pode passar por atitudes e actos discriminatórios das obrigações próprias do estado e sua administração, tornando desigual aquilo que é igual - ambos, o Sobreiro e as Cruzes, são património. Ambos viram esse estatuto reconhecido no Jornal da República, com particular evidência para o primeiro, pois não necessitou da promoção da freguesia a vila para obter essa excepção. Bastou, apenas, a vontade de um cidadão e o seu desejo de preservação. Honrem-lhe a memória.
É uma decepção o comportamento de Vosselência. A máscara que vestiu na carnavalesca entrevista a um jornal do Vale do Sousa caiu. Ainda bem. Sempre foi preferível que fosse a máscara. Imagine-se que era umas das famosas torres eólicas do Utópikus Parque Dulcineia de la Mancha (perdoe-me o pleonasmo). Há quem chame a isto promessas eleitorais, mas, para mim, não passam de gambozinismo sufrágico. Mas nem tudo é mau. Nessa entrevista, o turismo rural, felizmente, não era moinho de vento. É um projecto perfeitamente exequível e este património, o Sobreiro, necessariamente, faria parte desse roteiro. Ainda não é tarde para alterar o tempo verbal.
Está bem, está bem, eu, nós, sei, sabemos que Vosselência é um acérrimo defensor da natureza, do ambiente, do património, ... Pena é que se fique pela exibição de tristes ruínas em calendário autárquico; por podas incompetentes no domínio público; por confrangedor anfitrião de ridícula comemoração gastronómica, por pôncia cumplicidade nas cataratas fecais que abundam pela freguesia.
Pena é que desperdice relevante oportunidade na defesa de valores em que diz acreditar, por soldo de míseros votos.
Ouço para aí uns senhores a rir.
Será a oposição?
Há oposição?
Ah, possivelmente aquela que se afadiga na vã conquista de umas das varas do pálio, ou outra que com graça divina in albis se passeia.
E os guardiães, os intitulados defensores do acervo histórico/cultural aqui da urbe?
Os que trocam a defesa do seu importante desígnio, por ávida gula em qualidades gastronómicas de origem duvidosa. Que agem como confraria das batatas cozidas com batatas cozidas.
Escutem-nos:
Parodiam anedoticamente nos estrados, sobre um general napoleónico que, ao que dizem, nas margens do Sousa, consolava a sua saudade longínqua com os cantos das Sáxeides. Justificam a desaglutinação do seu apoio popular, em discurso biliar contra assombrações que os próprios criaram e em que teimosamente insistem. Que tristes portadores da nossa desoxirribonucleica história patrimonial e cultural.
Ó Ninfas do nosso Sáxeo rio, inspirai-os. Autorizai-os na substituição do êfe por ême para que, libertos do trauma perseguidor, sejam doces nas suas palavras. Guiai-os, pois andam sem norte - confundem Bustelo-Recarei com Bustelo-Penafiel, apesar da existente sinalização vertical da localização da primeira. Arredai-os dos caminhos da iliteracia e da obliteracia. Iluminai-os no conhecimento efectivo do nosso doce recaleo. Enchei-os de engenho e arte, para que em canto feito, sobrem cordas, fole e peito, por toda a lusa parte.
É censurável este meu acético arrazoado. De facto, admitindo o enfermo vício para mim, não estamos preparados para precoce distinção, por orgulho inexistente, auto estima e manifesta falta de formação. Que fazer? Continuar a olhar com inveja o Carvalho centenário de Castro d'Aire, o Sobreiro de Leça do Balio, a vetusta e agora notória Azinheira da Cova da Iria, o vizinho de Parada, ... Perdoem-me, sou invejoso!
P.S. (post scriptum, para que não haja confusões) - Não sou familiar do Snr. Luís Rodrigues, não o conheci, ou pelo menos não me lembro dele. Reconheço aos seus herdeiros o direito de demandar, contra as entidades autoras da capacidade edificante ora inventada, na justa reparação - material e moral, que o ónus lhes permite obter. Da mesma forma, reconheço ao resto da sociedade o direito de, contra as mesmas entidades, reparação pelo vandalismo e pelo definhamento da servidão pública existente.
José Silva, recaredense, anti-cepedacastrense e adepto do restauro do Concelho Sousaguiarense
Bibliografia
Sobreiroseculardocalvário.blogs.sapo.pt
Paredes na Imprensa, www.cm-paredes.com
Pedro Nunes em 12-08-2005, Novas do Vale do Sousa, Ed. 584
Debate da Nação, Canal Parlamento
Jornal da Tarde, RTP1
Fórum de Recarei, recarei.forumsplace.com (antes do apagão)
Serviço de Caça, Pesca, Regime Florestal e Protecção da Natureza
Nos termos do § único do artigo 1.º do Decreto Lei n.º 28468, de 15 de Fevereiro de 1938, é classificado de interesse público um sobreiro (Quercus suber), situado na Quinta da Portela, no lugar do Calvário, freguesia de Recarei, concelho de Paredes, pertencente a Luís Mendes Rodrigues.
Direcção-Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas, 20 de Janeiro de 1967. - O Engenheiro Silvicultor Director-Geral, José Alves
Já era previsível que a apetência urbana desse no deprimente espectáculo a que assistimos e vamos continuar a assistir. Mais à frente a isso me referirei. No entanto, sempre foi minha convicção que a digníssima Câmara, por intermédio do serviço competente, pusesse um ponto final no assunto e fizesse cumprir a Lei. Aquela mesma que no plano pormenor de Cête/Parada manda aplicar para igual espécie lá existente, ele também classificado. Aliás, não entendo como foi possível chegar a este estado. Fazendo a Câmara a apologia da classificação no seu sítio e localizando-o em mapa digital, não era caso para se ter mais cuidado?
Até porque:
Depois dos incêndios que devastaram parte importante da Rede Natura do Sul do Concelho, e após as declarações prestadas por uma Exma.Snra. Vereadora e pelo Exmo.Snr. Presidente à televisão de interesse público, RTP1, chorando tão importante perda, adquiri que após esta calamidade, partes tão importantes do património teriam, finalmente, o tratamento merecedor. Confesso que ao assistir a estas entrevistas, me associei à revolta dos autarcas e partilhei a sua dor. Só que, após o tórrido calor e ventos agonizantes desses dias, sobrou a desilusão. Compreendi que lágrimas políticas não apagam fogos, mesmo tendo parecenças crocodilescas.
Mas eis que surge nova esperança. Estala a polémica da localização de revolucionário investimento estrangeiro, messias da moribunda indústria de mobiliário e da lázara economia nacional. O paredense edil alerta para as violações ambientais e patrimoniais que a localização no concelho vizinho trará. Ouvi-o dizer nos média "... que os sobreiros eram uma espécie protegida ...". Sim senhor é verdade. Grande autarca! Por isso mesmo, um investimento bancário na zona oeste do país foi suspenso, e alguns governantes chamados ao mocho da justiça.
A cobiçada localização passou então para o mofo das tapeçarias de acelerado gabinete ministerial, transitando depois para acesa discussão na Assembleia da República, em público debate mensal. Na falta de melhor discurso e ansioso fazer um bonito, o desbocado Ministro Português da Economia Chinesa, presta-se a revelar ao parlamento que os edis litigantes não tinham o seu líder em muito boa conta. Que nanismo ético, que falta de lealdade ... Ocorre-me perguntar qual seria a opinião do Schumacher das Deslocalizações e dos Negócios Orientais sobre este assunto? Ou o que diria o homólogo pacense? E o líder?
Na falta de melhor moral, fiquei a saber que os sobreiros são espécie protegida em Paços de Ferreira. Já não é mau ...
Não sei se esta é a política para o património natural e florestal da digníssima edilidade - actual e anteriores executivos. Estou em crer que sim. Um exemplo sopra no Parque José Guilherme. Neste espaço, com pretextos vários - embelezamento, requalificação, abolição da sueca, irradicação do coito remunerado, fim do comércio e consumo de substâncias ilegais, etc - já se gastaram centenas de milhares de euros nos últimos trinta anos. O resultado é visível. As vítimas são as mal amadas árvores. A sua sã velhice não comoveu a incompetência dos habilidosos da serra e da tesoura - tantas foram a feridas que tiveram que ser abatidas. Enfim, episódios tristes a fazer lembrar a gasta história da pulga e do cientista. O dinheiro gasto nas dúvidas de não se saber o que se quer, provavelmente seria o bastante para a execução de um eficiente plano director de ordenamento florestal do concelho. Teríamos já obtido dois ganhos substantivos - o parque continuaria belo, o arboricídio incendiário não teria o negro sucesso. Outro exemplo, foram as comemorações oficiais do Dia Mundial da Floresta aqui de Recarei. A normalidade seria ver miúdos e graúdos em actividades alusivas ao dia - plantio de árvores, visita ao parque da cidade, palestras sobre meio ambiente, etc. A educação cívica nestas matérias perdeu um dia, o seu dia, de aplicação prática. Substitui-se a rotina por um concurso de doçaria. Admirável!
As gravuras, avessas à apneia, não sabiam nadar. O Sobreiro Secular não sabe andar. Se o soubesse, teria fugido aos ataques aéreos motorizados e à invasão da infantaria mecanizada que os capacetes azuis da Câmara não souberam, ou não quiseram prevenir. Como tal, o resultado está à vista. Miseravelmente decepado e despojado de soberbo orgulho de centenários anos, o venerável ancião é agora dono de singular artefacto ortopédico. Envergonho-me quando vejo as ortofotos do SNIG de 1995. Envergonho-me quando nas minhas recordações olho fotografias de quarenta anos.
Referi da previsibilidade do desfecho deste assunto. Não seria para mais. Quando esperava ouvir daquele que foi eleito para defender a freguesia, a intenção de interpor a respectiva providência para o acautelamento do interesse público, espantosamente, ouço-o dizer que: "... apostava que aquele local ia ser urbanizado ...". Tenho pena que o dono deste oráculo, não utilize este dom premonitório na habilitação a lauto Euromilhões, a favor das insuficiências da freguesia. Onde terá adquirido esta profeta capacidade? Ah Pitonisa! Nas emanações cloro-fecais da Ribeira da Agra de Várzea? Nos rápidos cloacais do Outeiro? Nas lavas excrementais de Valvide?
Típico comportamento taliban. O nosso eleito confunde este património com a silhueta de um Buda afegão. O seu passado assume ligações a um poder não desejável - o concelho e freguesia anteriores, ou quicá militância na União Nacional, exigindo-se como purificação a sua eliminação. Alah hu arkba, caciz presidente!
Tenho pena, e sinto muito, que Vosselência não adopte igual critério na ocupação do espaço público, à revelia da Constituição e da Lei de Liberdade Religiosa, com a construção de alminhas e outros nichos similares. Os eleitos obstinam na hipócrita prática política do cravo e da ferradura - impõem a laicidade nas salas de aula, mandando retirar crucifixos; autorizam a construção na via pública de aras paganizadoras do culto.
Como não aceito que Vosselência, ou a Exma. Câmara digam que este exemplar arbóreo está em propriedade privada, com a intenção de desmoronar quaisquer intervenções. Conversas destas, são conversas de treta. Lembro-lhes que as Cruzes do Calvário são propriedade da Fábrica da Igreja e isso não foi obstáculo para a reabilitação daquele espaço. A conquista dos sufrágios não pode passar por atitudes e actos discriminatórios das obrigações próprias do estado e sua administração, tornando desigual aquilo que é igual - ambos, o Sobreiro e as Cruzes, são património. Ambos viram esse estatuto reconhecido no Jornal da República, com particular evidência para o primeiro, pois não necessitou da promoção da freguesia a vila para obter essa excepção. Bastou, apenas, a vontade de um cidadão e o seu desejo de preservação. Honrem-lhe a memória.
É uma decepção o comportamento de Vosselência. A máscara que vestiu na carnavalesca entrevista a um jornal do Vale do Sousa caiu. Ainda bem. Sempre foi preferível que fosse a máscara. Imagine-se que era umas das famosas torres eólicas do Utópikus Parque Dulcineia de la Mancha (perdoe-me o pleonasmo). Há quem chame a isto promessas eleitorais, mas, para mim, não passam de gambozinismo sufrágico. Mas nem tudo é mau. Nessa entrevista, o turismo rural, felizmente, não era moinho de vento. É um projecto perfeitamente exequível e este património, o Sobreiro, necessariamente, faria parte desse roteiro. Ainda não é tarde para alterar o tempo verbal.
Está bem, está bem, eu, nós, sei, sabemos que Vosselência é um acérrimo defensor da natureza, do ambiente, do património, ... Pena é que se fique pela exibição de tristes ruínas em calendário autárquico; por podas incompetentes no domínio público; por confrangedor anfitrião de ridícula comemoração gastronómica, por pôncia cumplicidade nas cataratas fecais que abundam pela freguesia.
Pena é que desperdice relevante oportunidade na defesa de valores em que diz acreditar, por soldo de míseros votos.
Ouço para aí uns senhores a rir.
Será a oposição?
Há oposição?
Ah, possivelmente aquela que se afadiga na vã conquista de umas das varas do pálio, ou outra que com graça divina in albis se passeia.
E os guardiães, os intitulados defensores do acervo histórico/cultural aqui da urbe?
Os que trocam a defesa do seu importante desígnio, por ávida gula em qualidades gastronómicas de origem duvidosa. Que agem como confraria das batatas cozidas com batatas cozidas.
Escutem-nos:
Parodiam anedoticamente nos estrados, sobre um general napoleónico que, ao que dizem, nas margens do Sousa, consolava a sua saudade longínqua com os cantos das Sáxeides. Justificam a desaglutinação do seu apoio popular, em discurso biliar contra assombrações que os próprios criaram e em que teimosamente insistem. Que tristes portadores da nossa desoxirribonucleica história patrimonial e cultural.
Ó Ninfas do nosso Sáxeo rio, inspirai-os. Autorizai-os na substituição do êfe por ême para que, libertos do trauma perseguidor, sejam doces nas suas palavras. Guiai-os, pois andam sem norte - confundem Bustelo-Recarei com Bustelo-Penafiel, apesar da existente sinalização vertical da localização da primeira. Arredai-os dos caminhos da iliteracia e da obliteracia. Iluminai-os no conhecimento efectivo do nosso doce recaleo. Enchei-os de engenho e arte, para que em canto feito, sobrem cordas, fole e peito, por toda a lusa parte.
É censurável este meu acético arrazoado. De facto, admitindo o enfermo vício para mim, não estamos preparados para precoce distinção, por orgulho inexistente, auto estima e manifesta falta de formação. Que fazer? Continuar a olhar com inveja o Carvalho centenário de Castro d'Aire, o Sobreiro de Leça do Balio, a vetusta e agora notória Azinheira da Cova da Iria, o vizinho de Parada, ... Perdoem-me, sou invejoso!
P.S. (post scriptum, para que não haja confusões) - Não sou familiar do Snr. Luís Rodrigues, não o conheci, ou pelo menos não me lembro dele. Reconheço aos seus herdeiros o direito de demandar, contra as entidades autoras da capacidade edificante ora inventada, na justa reparação - material e moral, que o ónus lhes permite obter. Da mesma forma, reconheço ao resto da sociedade o direito de, contra as mesmas entidades, reparação pelo vandalismo e pelo definhamento da servidão pública existente.
José Silva, recaredense, anti-cepedacastrense e adepto do restauro do Concelho Sousaguiarense
Bibliografia
Sobreiroseculardocalvário.blogs.sapo.pt
Paredes na Imprensa, www.cm-paredes.com
Pedro Nunes em 12-08-2005, Novas do Vale do Sousa, Ed. 584
Debate da Nação, Canal Parlamento
Jornal da Tarde, RTP1
Fórum de Recarei, recarei.forumsplace.com (antes do apagão)
Responder : Casteões de Cepêda, Recarei e o Património Natur
Com ganância de mil votos,
Querem fazer do povo louco.
Anunciam parques eólicos,
Utópicos, vis, faraónicos.
Falam muito acertam pouco,
Vãs promessas de bolsos rotos.
- Vem aí o turismo rural -
diz para aí a gente lerda.
Estão sujos os caminhos,
As ruas e os lugarinhos;
Escorre o mijo e merda,
Triste sina nossa afinal,
A que lusas personalidades
Recusaram as homenagens.
Com tais cheiros e vinagres
Seriam bem-vindos milagres
Que as beatas personagens,
Chamariam com santidades.
Choram pela rede Natura
Lágrimas do velho lagarto,
Tendo à porta o jardim,
Mau exemplo, olhem que sim,
Quem recorda fica farto
Duvida de intenção pura.
O centenário Sobreiro,
- Um acervo classificado,
Não escapa à vilanagem,
Ao laxismo e à voragem,
Do pato-bravismo letrado
Que o publica em roteiro.
Neste ar frio que afago
Leio ‘falíveis critérios´,
A justificar os desvios
Dos autores dos desvarios
Que de insondáveis mistérios,
Fala assim quem não é gago.
Perfila-se a sucessão
No Recaleo doce bote.
Promessa tola anafada
Por censores acolitada
(Cáfila de jovens a trote),
Fraco líder, setentrião.
Ó ninfas do sáxeo rio,
Pranteai tristeza em choro
Por puta de lázara sorte,
Desgoverno rumo, desnorte,
Casamento de mau namoro,
Má memória de ruim cio.
Responder : Casteões de Cepêda, Recarei e o Património Natur
Não tarda o novo arauto camarário, orgulhoso, a isso fará referência.
Nem a septuagenária escapou.
Que gente mais triste e mal formada.
Árvores do Alentejo
Horas mortas… Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido… e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!
E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!
Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!
Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!
Florbela Espanca, Charneca em Flor (1930)
Responder : Casteões de Cepêda, Recarei e o Património Natur
Eu nunca tinha compreendido a razão pela qual os lenhadores do Pq Zé Guilherme volta e meia apareciam nas freguesias do concelho de Castelões, rec, rec, rec ..., zás, catrapás, catrapumba e as coitadas das árvores ficavam no estado miserável em que as vemos. Não meus caros, não tem nada a ver com a tentativa (frustrada) de imitar os elefantes. Os bichos são mais, mas muito mais generosos com os embondeiros do que esta torpe gente com o nosso património natural. A explicação já há muito tempo me tinha chegado a casa. Eu andava distraído. Desculpem-me pois ...
Descobri que a razão das minhas tristes onomatopeias tem motivação sexual. Admirados! É verdade ... sem tirar nem pôr.
Aqui há uns tempos, o administrador da Serração ofereceu aos accionistas financiadores (entenda-se pagadores de IMI, IVA, IRS, IMV) das engrácia-mafrenses obras - Pq Zé Guilherme, Avenida da República, o livro "História do Concelho de Paredes em Banda Desenhada". Um dos protagonistas do título é o jovem Tiago - promissor este rapaz. Foi com o Tiago que descobri a minha distracção e que não estava a ler a Gyna, a Lolita ou o Pedrinho. Os meus caros sabem, aquelas revistas que entusiasmam os trabalhos manuais. Com ele e pelo livro, fiquei a saber que no concelho existe uma espécie arbórea, pleonasmus orgasmicus T., que é, talvez, a responsável pela intervenção dos zelosos senhores - respeito e pudor cabem sempre em quaisquer lugares.
E, meus caros, confesso que eu próprio, intrigado com a existência de tão exótica espécie, parti por caminhos de Ceca e Meca no sítio cepedense à sua descoberta. Claro que foi debalde esta minha exploração científica. Se a coisa houvesse, o Sir David Attenborough já há muito a teria revelado. O melhor que descobri: umas figueiras de lampos frutos; que os pássaros defecam em qualquer sítio. Também não vi o Tarzan, ou quaisquer outros bichos da criação, empoleirados em situações socialmente censuráveis. Sim senhor. Nem nas árvores milionárias da Av. da República, nem nos abastados candeeiros da castrense cidade das luzes.
Assim, concluí que o alarme gerado pelo Tiago (vai longe este rapaz), foi provavelmente originado por uma caca de pássaro, que este não soube interpretar correctamente. Fica aqui a informação para os senhores zelotas do rec, rec, rec ..., zás catrapás, catrapumba ...
Quanto a ti, simpático jovem Tiago, mais atenção aos sotôres de português e ciências. Se "contigo vais longe" para seres um Júlio Machado Vaz, tens que te aplicar, senão corres o risco de vir a ser presidente de Câmara.
O Tiago é o mocinho que Vossorias vêem na imagem.
Responder : Casteões de Cepêda, Recarei e o Património Natur
Ó Pedro (permite que te trate assim) que queiras cercear o caminho à concorrência que, nas tuas cavalitas, se chega à frente para tomar o poder, até concordo. Entendo é que já chega de disparates.
Floresta, Pedro? Que floresta ...
Tirando os exemplos de familiares teus e uma mão cheia de outros que vão remando contra a maré do eucaliptal, promovendo alguma reflorestação com espécies autócnes, floresta em Recarei não há. Acorda! O rei, não é o Recaredo, vai nú ...
Ambiente, Pedro? Que ambiente ...
Aquele que todos os dias é despejado na Ponte de Várzea? O do Outeiro? O de Valvide? O de Valteve? O da Costa? O de Terronhas? O de Bustelo? Por favor, "desperta a tua consciência".
Era bom que em Cepêda começasses a discordar das megalomanias, tão contestadas pela líder do teu partido em âmbito nacional, de centros desportivos e outras aberrações imaginadas pelas hárpias do poder concelhio. O União de Paredes nunca nos deu nada. Pelo contrário. Andou sempre de mão estendida ao erário público municipal.
Resmunga contra a cosmética.
Faz do edifício sede da Junta a sede da Junta.
Trata dos súbditos de César, pois foram eles que te elegeram.
Fica a minha ironia
Responder : Casteões de Cepêda, Recarei e o Património Natur
"É lento ensinar por teorias, mas breve e eficaz fazê-lo pelo exemplo"
(Séneca)
Um feliz natal para todos
Responder : Casteões de Cepêda, Recarei e o Património Natur
Já cheira a eleições.
Quais serão as novas promessas?
Um rebuçado.